Após uma fase de baixíssimo crescimento no quesito geração de trabalho – Campinas teve, no ano passado, o pior índice dos últimos 14 anos -, algumas projeções bastante otimistas surgiram na região. A Associação Comercial e Industrial da cidade (Acic) chegou a divulgar, em dezembro, sua expectativa de criação de 2.230 novos postos de trabalho no comércio e 5,7 mil no setor de serviços.

As animadoras previsões da Acic basearam-se na aposta de recuperação da economia e crescimento do PIB com o possível combate à inflação e às altas taxas de juros. Com as primeiras medidas anunciadas pelo Governo para 2015 – elevação dos juros e impostos –, no entanto, o otimismo do setor perde consideravelmente sua força.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pedro Rossi, afirmou acreditar que o ajuste fiscal seja um equívoco e que o mesmo não deverá recuperar a credibilidade do País aos olhos dos investidores. Compartilhando a mesma perspectiva, o pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), Rodrigo Leandro de Moura, acredita na elevação da taxa de desemprego em 2015, com os salários reais crescendo bem menos ou até diminuindo. Para ele, o grupo de trabalhadores que possuem somente o Ensino Médio deve sofrer mais com o desaquecimento do mercado.

Em contrapartida, a tendência é que em 2015 profissionais de destaque recebam boas remunerações. Com uma dificuldade crescente de encontrar mão de obra qualificada, empresas com planejamento estratégico e inteligência de mercado preferem reter profissionais qualificados mesmo em momentos de crise.

 

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